
Viver com autismo é estar dentro de uma mente que nunca para. Imagine milhares de engrenagens girando ao mesmo tempo — pensamentos, sensações e emoções se entrelaçam em uma complexa dança constante. Para quem está de fora, tudo parece silêncio e normalidade. Mas, por dentro, o caos é absoluto.
Luzes que piscam, sons que cortam como lâminas, sensações que outros nem percebem. O mundo pode parecer um lugar hostil quando os estímulos são tantos e tão intensos que se transformam em uma verdadeira sobrecarga sensorial.
A mente autista não sabe o que é desacelerar. Os pensamentos pulam de um tema para outro, perguntas surgem sem respostas, o foco se torna uma missão quase impossível. E quando se tenta olhar nos olhos das pessoas — um gesto simples para muitos — é um desafio enorme, uma tarefa que pode travar o sistema social interno, causando ansiedade e desconforto profundo.
Infelizmente, essa complexidade é muitas vezes reduzida a rótulos superficiais: “Você é tímido”, “Está exagerando”, “Quer chamar atenção”. Essas interpretações simplistas não apenas desconsideram a realidade autista, como também alimentam o isolamento.
Porque, apesar de estar no meio da multidão, o autista muitas vezes se sente completamente sozinho. É como estar numa festa barulhenta e colorida, mas preso em um planeta distante, invisível para quem está ao redor.
Autismo não é desculpa para comportamentos, nem motivo para pena ou exagero. É uma realidade crua, intensa e desafiadora, que merece compreensão verdadeira e respeito.
Se você quer entender o autismo de verdade, precisa olhar além da superfície. Precisa ouvir sem julgamentos, aprender a ver o que é invisível para a maioria.
Porque o caos invisível que acontece dentro da mente autista é tão real quanto qualquer outro desafio humano — e merece ser reconhecido.
Se você se identifica saiba que não está só! Se você conhece alguém que pode gostar de ler isso hoje, compartilhe!